Gestión de conflictos en “La Casa de Papel”: tácticas del Profesor para equipos bajo presión

La serie "La Casa de Papel" es un laboratorio brillante para explorar diversas situaciones de gestión de conflictos en un equipo. Recuerda los momentos en los que se dieron situaciones de conflicto y cómo se resolvieron.

A Casa de Papel é um laboratório de conflitos: egos enormes, decisões em segundos, imprensa em cima, reféns, polícia, romance no meio do assalto… ou seja, a pior combinação possível para colaborar. Justamente por isso, a série é um ótimo material para extrair princípios práticos de gestão de conflitos aplicáveis a equipes reais.

Abaixo, conecto 10 momentos-chave da série com métodos de mediação, negociação e liderança que você pode usar no seu time amanhã.

1) Alinhamento antes do caos: “reglas del Profesor” e o contrato social

Antes do primeiro assalto, o Professor estabelece regras claras (sem nomes reais, sem vínculos pessoais, sem violência gratuita). Isso funciona como um contrato social:

  • Não negociáveis (“linhas vermelhas”): segurança do grupo, plano, zero heroísmos.

  • Flexíveis (“linhas azuis”): papéis podem se ajustar conforme o contexto.

Aplicação: crie um Acordo de Trabalho do time com 3–5 não negociáveis (ex.: respeito, transparência de riscos, dados acima de opiniões) e 3–5 flexíveis (ex.: horários, formatos de reunião). Quando o conflito surgir, volte ao acordo — ele vira o árbitro neutro.

2) Papéis e autoridade: Berlim vs. Nairobi e a ilusão do “todo mundo decide”

Os choques entre Berlim (autoridade formal, rígida) e Nairobi (liderança orientada a pessoas e produção) ilustram o risco de papéis nebulosos: autoridade difusa = conflito infinito.

  • Defina RACI por macrodecisão (Responsible, Accountable, Consulted, Informed).

  • Em crise, use “comando por missão”: a pessoa Accountable define o objetivo e limitações; quem executa escolhe o como.

Aplicação: quando surgir impasse, pergunte: “Quem é o A do RACI aqui?” Se não existir, você não tem um conflito: você tem ambiguidade.

3) Emoção não é ruído — é dado: Tokyo, Denver e a régua de escalonamento

A impulsividade da Tokyo e o coração do Denver expõem algo comum: conflitos escalam porque emoções não são mapeadas. O Professor usa distância e tempo para baixar a temperatura.

Implemente uma Régua de Escalonamento:

  1. 1-3 (baixo): resolva no 1:1 em até 24h.

  2. 4-6 (médio): medie com um terceiro neutro (líder/scrum master) em 48h.

  3. 7-10 (alto): pause decisão, recorra a processo formal (facilitação estruturada) e, se preciso, comitê.

Aplicação: torne a régua visível e concordada. Pessoas sabem quando acionar cada nível — e não “pulam etapas” por impulso.

4) Do conflito de posições ao diálogo de interesses: Professor x Inspetora

Nas negociações com a Raquel (inspetora encarregada do caso), o Professor sai do embate “polícia vs. ladrões” e navega interesses: segurança dos reféns, reputação pública, evitar escalada de violência. É puro método Harvard (negociação baseada em interesses):

  • Separe pessoas de problemas.

  • Foque em interesses (segurança, tempo, reputação), não em posições (“entregue-se”).

  • Gere opções de ganhos mútuos (trocas graduais).

  • Use critérios objetivos (protocolos, números, prazos).

Aplicação: em cada conflito, liste em duas colunas posições vs. interesses de cada parte. Construa propostas que preservem os interesses essenciais de ambos.

5) Protocolos de comunicação em crise: o “comms plan” do Professor

Quando tudo degringola (tiroteios, imprensa, boatos), o Professor centraliza comunicação crítica e padroniza mensagens. Em empresas, isso evita radio peão e ruído.

Check rápido de Comms em Conflito:

  • Canal oficial (ex.: #decisoes ou e-mail “Decisão n° X”).

  • Formato padrão: contexto → decisão → por quê → impacto → quem faz o quê → quando.

  • Janela de silêncio para evitar retrabalho (ex.: 30 min após anúncio).

Aplicação: uma nota de decisão de 5 linhas vale mais do que 50 mensagens emocionadas.

6) Segurança psicológica sem romantizar: Nairobi como modelo prático

Nairobi promove produtividade criando pertencimento e cobrança justa (“Let the matriarchy begin”). Segurança psicológica não é ser “fofo”; é permitir voz e risco calculado.

  • Rotina de check-in emocional de 60-90 segundos por reunião.

  • Ritos de reconhecimento (agradecer, celebrar microvitórias).

  • Feedback radial: um ponto forte + um ponto de ajuste, sempre com evidência observável.

Aplicação: adote “1 dado, 1 pedido” ao dar feedback: descreva um fato e peça um comportamento específico.

7) Quando o amor entra em cena: Denver & Mônica e conflitos de interesse

Relacionamentos no time alteram incentivos. Denver e Mônica revelam o dilema: lealdades cruzadas.

  • Declare conflitos de interesse cedo.

  • Realoque decisões críticas para alguém sem skin in the game.

  • Estabeleça critérios objetivos para decisões que afetem a dupla.

Aplicação: use um “árbitro de integridade” (alguém respeitado e neutro) para validar decisões envolvendo duplas/parentes.

8) Liderança substituta e continuidade: Palermo e o custo da ausência

Quando o Professor some ou quando Palermo assume de modo autoritário, o choque mostra a importância de planos de sucessão e playbooks.

  • Playbook de Crise em 1 página: quem decide, por qual critério, em que ordem, com que limites.

  • Delegação reversível: decisões de alto risco requerem confirmação posterior do líder titular.

Aplicação: nomeie dois suplentes por área e rode simulados trimestrais (tabletop exercises).

9) Escolhas estratégicas de estilo de enfrentamento: o modelo Thomas-Kilmann

Cada personagem tem um perfil de manejo de conflitos. Use o TKI (Competir, Colaborar, Comprometer, Evitar, Acomodar):

  • Berlim: competir (eficaz em urgência com risco alto, péssimo para clima).

  • Professor: colaborar (busca integrações criativas).

  • Tokyo: competir/evitar (oscila com a emoção).

  • Nairobi: colaborar/comprometer (orientada a resultados + pessoas).

Aplicação: diagnostique o contexto e seu estilo default. Em prazos curtos e segurança em jogo, “competir” pode ser necessário; para decisões de médio prazo, colaborar é superior.

10) Pós-conflito: a anatomia de um After-Action Review (AAR)

A série mostra que o grupo aprende pouco quando não reflete. Institua AAR em 20 minutos:

  1. O que esperávamos que acontecesse?

  2. O que aconteceu de fato?

  3. Por que houve diferença?

  4. O que manter/ajustar na próxima?

  5. Quem faz o quê até quando?

Aplicação: documente em um repositório de lições. Em 3 meses, conflitos se repetem menos.

A Casa de Papel exagera na gestão de conflitos, afinal tem que ser cinematográfico. Mas o que faz a operação avançar não é o “golpe de mestre”, e sim a gestão disciplinada de conflitos. Com regras claras, papéis definidos, comunicação enxuta, negociação por interesses, estilos ajustados ao contexto e aprendizagem pós-ação, a gestão do Professor se torna um sucesso a cada episódio. A partir de amanhã, implemente esses elementos na gestão de sua equipe e consiga o que o Professor sempre buscou: o controle no meio do caos.

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